O perfume sou eu
Quem sou eu? Quem pode me dizer?
Uma mulher? Eu não tenho um nome?
Pecadora? Uma mulher pecadora... eu sou chamada pelo nome do meu pecado?
Como sou vista? Como me definem?
Quem-me-define?
Lágrimas, culpa, temores internos e externos me acompanham.
Qual é o meu lugar? Onde poderia me sentir livre?
Onde eu poderia, enfim, depositar este meu fardo tão pesado?
Quem-me-diz?
Alguém diz... Ele estará à mesa na casa de Simão...
Meu coração dispara, minha alma se apressa. Quero encontrá-lo!
O que há de mais precioso preparo, e vou.
Não digo nada. Em silêncio, sem palavras, me aproximo
Quebrantada, fragmentada... será que vou chegar?
Solto-me por um momento das amarras do medo e me lanço aos Seus pés.
Em silêncio, minhas lágrimas falam, minha alma clama!
A casa se enche com o cheiro do perfume
Estou próxima ao chão e nEle, Lugar Santo, não sou reprovada, mas aceita.
Alguns dizem que é desperdício?
Recebo reprovação dos homens?
nEle, Lugar Santo, sinceramente, estes olhares e dizeres já não têm mais importância.
Ele, a Voz que fala ao coração, tem a Palavra final, é a Palavra final.
Quem sou eu?
Ele diz:
sou a que muito ama,
sou a que recebe perdão,
sou a que tem fé,
sou a que recebe paz!
Ele-me-diz, Ele-me-sabe!
A casa ainda está cheia do perfume, que é a linguagem da minha adoração
Não só o que faço, não só o que derramo, mas o quanto me derramo.
A partir de agora, toda vez que sentirem esse perfume, se lembrarão do Perdão!
O perfume está em meu lugar, eu estou no perfume.
Cada gota do meu ser! O perfume sou eu.